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Sustentabilidade e investimento

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Discussões sobre desenvolvimento, regulação e riscos iniciam a semana especial de eventos da CVM

imagem cvm 06122017

“As gerações estão vindo com, cada vez mais, consciência do impacto social na atividade financeira. Isso tem se repercutido nas escolas, assim como nas cabeças, corações e mentes dos investidores. Vemos que grandes investidores institucionais vêm adotando cartilhas e princípios a serem observados pelas companhias de setores de investimento. A motivação para essa mudança não é apenas moral, mas, também, de trazer efeitos positivos para outros tipos de investimento e para a sociedade.” – Marcelo Barbosa, presidente da CVM (segundo da esquerda para direita).

O Seminário Brasileiro de Sustentabilidade e Investimento iniciou hoje, 6/12, a Semana Especial de eventos organizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) e Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O evento, que ocorre até o final do dia (18h) no auditório da B3, teve a participação do presidente da CVM, Marcelo Barbosa, na cerimônia de abertura, ao lado de Eduardo Werneck, vice-presidente da APIMEC, Alexandre Leal Neto, superintendente executivo-técnico da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), e Marco Antonio Lima, secretário-executivo da ABDE.

Marcelo Barbosa deu as boas-vindas a todos e destacou a importância da iniciativa. “Fico feliz de estarmos iniciando a Semana de Eventos com a presença de especialistas de muito renome, que poderão confirmar o que diremos nessa abertura: o investimento social, além de importante, fundamental e necessário, também é capaz de gerar retornos financeiros sustentáveis. É ótimo observar que estamos acompanhando esse novo movimento no mundo”, comentou.

O presidente da CVM ainda ressaltou a consistência da CVM em organizar, anualmente, esses eventos, ao lado de parceiros institucionais. Segundo ele, o mandato legal da Autarquia é a realização de política pública de captação de poupança popular para investimento na atividade produtiva. “Há muito tempo as forças que ditam o rumo do mercado ajudam na defesa de conteúdo dessas políticas públicas, em direção da conscientização com relação ao impacto social que a atividade econômica provoca”, acrescentou.

Barbosa finalizou sua apresentação com a necessidade de visão de futuro com relação ao tema.

A cerimônia de abertura foi seguida pela palestra principal do advogado e ex-presidente da CVM, Ari Osvaldo Mattos Filho. Ao mostrar os avanços da sustentabilidade nos modelos de negócio atuais, o palestrante marcou a presença da Autarquia na disseminação do tema. “É essencial falarmos sobre sustentabilidade e investimento, porque são temas que abordam como podemos tratar melhor o planeta, especialmente unindo forças entre os setores privado e público. Difundir esse assunto para a sociedade se tornou fundamental e, por isso, o papel educacional da CVM tem sido tão relevante, pois estimula que a geração futura seja mais atuante nesse âmbito”, disse.

Dando continuidade às reflexões, foi iniciado o primeiro painel do dia: O papel da regulação e autorregulação nas questões de sustentabilidade.

O Coordenador de Educação Financeira da CVM (COE), Claudio Maes, esteve presente na mesa de debates e comentou que a regulação precisa ser focada e atual em termos estratégicos (sob perspectiva global), com olhar para a nova economia, que surge em um cenário de inovação tecnológica. “Essa evolução impactará, certamente, o modo tradicional de negócio e de estrutura de produto no sistema financeiro. Hoje, ouvimos falar sobre fintech e isso é apenas a ponta do iceberg. Reguladores precisarão estar atentos e a aprenderem e estarem dispostos a se reinventarem da mesma forma que a indústria e o mercado estão fazendo”, comentou o coordenador.

Maes ainda comentou como a CVM vem trabalhando com afinco e cautela, devido à novidade, inclusive no campo acadêmico. “Nosso primeiro passo firme com relação ao tema foi a atualização do Formulário de Referência das companhias abertas, que possui informações relevantes para tomadas de decisão dos investidores. Também foi elaborada seção específica sobre práticas de sustentabilidade, baseada no modelo ‘pratique ou explique’. Em 2013, foi desenvolvido planejamento estratégico da Autarquia, que trouxe com mais força o tema internamente. Hoje, temos o CVMTech, projeto que foca no uso tecnológico para tornar a CVM mais eficiente em seus processos internos, e o FintechHub, grupo de trabalho que estuda e pesquisa sobre inovações tecnológicas no sistema financeiro. São muitas ações”, adicionou Claudio.

Por fim, o coordenador mencionou o avanço desse trabalho com a criação do LAB (Laboratório de Inovação Financeira) em conjunto com a ABDE e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O objetivo é, por meio do grupo de trabalho criado, para atuarem em três frentes: títulos verdes, finanças verdes e instrumentos financeiros e investimentos de impacto. “O mais interessante é que, de fato, nosso foco é não ficar apenas no campo das análises e estudos. Vamos propor soluções para maximizar a alavancagem do mercado nesse setor", concluiu.

Não perca o restante do Seminário

O evento não para! Às 14h será iniciada a palestra principal da tarde, com Rick Stathers, diretor de iniciativas dos investidores da CDP. Em seguida, ocorrerão os dois últimos painéis do Seminário:

● O mercado de capitais no financiamento da mitigação dos efeitos climáticos (às 14h40).

● A integração ESG na análise e decisão de investimentos em valores mobiliários (às 16h30).

Local: B3 (auditório) – Praça XV de Novembro, 20, Centro, Rio de Janeiro.

Mais informações: acesse o site da Semana (link para site externo) e confira também os próximos eventos

Fonte: CVM, em 06.12.2017.