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Seminário da Família Previdência reúne 400 pessoas em debate sobre cenário econômico

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As perspectivas econômicas e políticas para 2020 foram os principais temas em debate durante o 21º Seminário Econômico, que ocorreu em Porto Alegre na quinta-feira passada (28/11), promovido pela Fundação Família Previdência. O evento contou com a presença de 400 pessoas e teve como palestrantes o sócio-fundador e estrategista-chefe da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco; o consultor e ex-diretor do BNDES Paulo Hartung; e o doutor em Ciência Política, Carlos Melo. O Diretor-Presidente da Abrapp, Luis Ricardo Martins, esteve presente na ocasião para prestigiar o evento, e falou para o público presente sobre a dimensão e importância do segmento de previdência complementar fechada como parceiro na solução de problemas macroeconômicos do país, na condição de financiador de projetos de longo prazo.

“O sistema fechado de previdência complementar gere R$ 980 bilhões, algo correspondente a 14% do PIB, e ainda é pouco. O Brasil só poupa mais que o Equador na América. Precisamos incrementar a poupança de longo prazo”, salientou. Luís Ricardo ressaltou a finalidade maior das EFPC, que é pagar benefícios, e também elogiou o protagonismo da Fundação Família Previdência na oferta de planos para os familiares de participantes. "Os números da fundação impressionam. O plano família, lançado recentemente, já é um case de sucesso", complementou.

A abertura do evento foi conduzida pelo Presidente da Fundação da Família Previdência, Rodrigo Sisnandes Pereira, que destacou o propósito do seminário. "Esse evento já é tradicional nosso, e a ideia é projetar os cenários para os anos seguintes. Buscamos levar pessoas de ponta do mercado. Queremos contribuir para o entendimento do panorama macroeconômico e político". Sisnandes falou ainda sobre os resultados positivos da Fundação, salientando a rentabilidade acumulada de 19%, o patrimônio acima de R$ 7 bilhões e o ingresso de 2 mil novos participantes, somando 12 planos previdenciários, 20 patrocinadores e instituidores.

Ele anunciou ainda as adesões de quatro novos instituidores aos seus planos. São eles a ABRH-RS - Associação Brasileira de Recursos Humanos; o SINDHA, Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região; a Associação dos Jornais do Interior do RS – ADJORIRS e o CEAPE - Sindicato de Auditores Públicos do Tribunal de Contas do RS. “Essas entidades vislumbram que o futuro de seus associados dependerá de um planejamento financeiro com a formação de poupança de longo prazo”, disse.

Otimismo cauteloso – Durante o Seminário, foram abordadas as questões da Reforma da Previdência, preocupações com a liderança presidencialista e desafios para 2020. "Deu para perceber que o cenário está mais otimista, mas há preocupação. A taxa de juros baixa, a agenda de reformas, que é fundamental que continue, e as eleições municipais do próximo ano trarão mais desafios, e o governo precisa estabelecer prioridades", avalia Rodrigo Sisnandes.

Em sua apresentação, Paulo Hartung abordou que o Brasil ainda sofre os efeitos da crise internacional de 2008. “O estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos provocou um movimento mundial de intervencionismo governamental, inclusive no Brasil. O problema foi que, assim que a economia se recuperou, o governo brasileiro trouxe de volta políticas equivocadas que resultaram na pior recessão econômica da história entre 2014 e 2016". Para ele, o passado recente tem gerado um ambiente para mudanças no país. “A sociedade deu autorização ao Parlamento para fazer as reformas e retomar o caminho do crescimento. O juro baixo e inflação sob controle também favorecem o ambiente. Não podemos perder essa oportunidade”, alertou.

Fortalecimento e novos desafios – Em continuidade a essa agenda de oportunidades que o Brasil passa, Carlos Melo também afirmou em sua apresentação que o governo federal precisa fortalecer suas relações com a Câmara dos Deputados e o Senado e assumir para si a pauta das reformas. "Um dos grandes desafios do governo é ampliar a comunicação para que o povo entenda os benefícios das reformas, e o que todos ganharão com as mudanças", ressaltou.

Já o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, apresentou uma visão menos otimista, em que os governos não vão recuperar a capacidade de investimento de outrora. “Esse desafio passa a ser do setor privado. E a grande discussão que vai se estabelecer no país será como as empresas assumirão esse papel, considerando suas implicações financeiras, fiscais e regulatórias”, afirmou. No âmbito de políticas públicas, Franco destacou que o Estado deve passar pela Reforma Tributária.

Fonte: Acontece Abrapp, em 02.12.2019.