Nesse mês, a resseguradora Swiss Re divulgou o seu tradicional levantamento anual, com a comparação dos dados dos mercados de seguros dos países.
O título do texto desse ano de 2018 (com dados de 2017) foi “World Insurance in 2017: Solid, but mature life markets weigh on growth”, destacando que o segmento de seguro de pessoas ainda tem potencial para crescer nos países emergentes.
http://institute.swissre.com/research/overview/sigma/3_2018.html
A seguir, alguns comentários sobre o Brasil, extraídos da tabela e do gráfico abaixo:
1) De 2015 para 2016, a elevada taxa de crescimento do VGBL (inserido pela Swiss Re no grupo “Vida”) resultou em um incremento de participação mundial do Brasil nesse tópico. Por exemplo, de 1,46% para 1,57% da receita total dos países. Por outro lado, o segmento “Não Vida” teve uma trajetória oposta, ainda em função dos fortes efeitos da crise econômica, com queda de 1,58% para 1,50% da receita total dos países.
2) De 2016 para 2017, o setor de seguros no país teve recuperação por dois motivos, quando comparado aos dados mundiais. Primeiro, o próprio crescimento de receita em reais e, segundo, o ganho cambial, pela desvalorização do dólar. Lembrar que a receita de seguros de todos os países é transformada para dólares pelo câmbio médio do ano. Com isso, ao contrário da variação assimétrica de 2015 para 2016, agora os dois segmentos cresceram, em termos de participação no mundo. O de “Não Vida”, de 1,50% para 1,63%; e o de “Vida”, de 1,57% para 1,76%.
3) No total, as participações do Brasil - em 2015, 2016 e 2017 – foram, respectivamente, 1,52%, 1,54% e 1,70% do mercado segurador mundial. Isto é, apesar das dificuldades, houve crescimento no período em questão. Atualmente, o país ocupa a 12ª posição geral no mercado segurador mundial.
4) Enfim, para concluir, é sempre bom lembrar que, nesse estudo da Swiss Re, não está incluído o seguro saúde. Assim, para evitar discussões teóricas - como, por exemplo, se o VGBL deve ser ou não incluído nesse cálculo ou que segmento das operadoras de saúde devemos considerar como faturamento de seguro -, um indicador mais tranquilo é avaliar somente a evolução do mercado de “Não Vida” na receita mundial de seguros.
5) Isso está representado no gráfico abaixo, com a análise dos últimos 10 anos. Em termos didáticos, podemos separar a evolução do mercado segurador brasileiro em quatro fases. De 2007 a 2011, forte taxa positiva de crescimento. De 2011 a 2014, estabilidade na participação. De 2014 a a 2016, queda, pelos efeitos de crise econômica. De 2016 a 2017, já temos uma recuperação, embora ainda lenta. Agora, o desafio é acelerar essa trajetória. Vamos em frente!!
Prêmios (US$ bi) |
2015 |
2016 |
2017 |
Vida |
37,1 |
41,0 |
46,9 |
Não Vida |
32,0 |
31,6 |
36,4 |
Total |
69,1 |
72,6 |
83,3 |
% no Mundo |
2015 |
2016 |
2017 |
Vida |
1,46% |
1,57% |
1,76% |
Não Vida |
1,58% |
1,50% |
1,63% |
Total |
1,52% |
1,54% |
1,70% |
Ranking no Mundo |
2015 |
2016 |
2017 |
Vida |
16 |
14 |
14 |
Não Vida |
12 |
13 |
13 |
Total |
14 |
14 |
12
|
Fonte: Francisco Galiza/Rating de Seguros, em 10.07.2018.