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Postalis reduz despesas, recupera perdas e registra retorno acima das metas

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A entidade fechada dos funcionários dos Correios, Postalis, vem promovendo um rigoroso processo de redução de despesas e de transformação de sua governança desde que entrou em processo de intervenção, no segundo semestre de 2017. Seu Plano de Gestão Administrativa (PGA) sofreu uma redução de R$ 89,4 milhões no ano retrasado e R$ 64,1 milhões em 2018. A meta para 2019 é fechar o ano com um corte nos gastos de R$ 54,3 milhões. Além disso, tem promovido um programa de recuperação de perdas nos investimentos que começa a dar resultados positivos.

Para alcançar a grande economia de custos, a direção da entidade promoveu a revisão de todos os contratos com terceiros (gestores de recursos, escritórios de advocacia e demais prestadores), modificou a estrutura de atendimento e promoveu a redução de pessoal, explica o Interventor do Postalis, Walter Parente. “Promovemos uma mudança completa na estrutura de pessoal e processos e, ao mesmo tempo, buscamos um aperfeiçoamento da governança e do atendimento aos participantes”, disse.

Um exemplo de mudança foi a descontinuação dos núcleos de atendimento nos estados, que eram responsáveis pelo relacionamento com apenas 5% dos 130 mil participantes, e foram substituídos por uma nova central do tipo 0800. O Postalis é a quarta maior entidade fechada do país em número de participantes.

Recuperação de perdas - Além do corte de despesas, outro ponto positivo na gestão atual da entidade é o programa de recuperação de perdas de ativos. Com problemas em suas carteiras de investimentos anteriores a 2016, os planos registraram default em diversas aplicações e fundos de investimentos. Para executar o programa foi criado um Comitê de Recuperação de ativos com a participação dos gerentes da entidade.

Com um tratamento específico para cada ativo e seu respectivo emissor, a área de investimentos do Postalis conseguiu recuperar R$ 15 milhões em 2017, e R$ 70 milhões no ano passado. No primeiro semestre de 2019 foram recuperados mais R$ 23 milhões e a expectativa é fechar o ano com um total de R$ 50 milhões em ativos recuperados. “Mesmo com problemas de garantias dos ativos, temos conseguido recuperar uma parte importante dos prejuízos com investimentos anteriores”, diz Hugo Lancanter, Gerente de Investimentos do Postalis.

Superação das metas - Com uma política de investimentos conservadora, aliada ao programa de recuperação de ativos, a entidade tem registrado os primeiros resultados acima as metas atuariais. O plano de benefício definido (BPD) registrou retorno de 14,24% em 2018 ante uma meta de 8,20%. O mesmo plano continua com boa rentabilidade em 2019 (até julho) com 8,44% ante uma meta de 5,43%.

Já o plano Postalprev, de contribuição variável) teve rentabilidade de 10,53% no ano passado ante uma meta de 8,55%. Em 2019, vem registrando melhores resultados, com 8,88% de retorno, bem acima da meta de 5,46%. “Quando chegamos no Postalis tivemos de realizar um processo de reprecificação de todos os ativos. Neste processo pudemos separar as perdas dos ativos saudáveis, até mesmo porque os Correios têm promovido programas de demissão incentivada”, conta Walter Parente.

O objetivo da reprecificação foi de avaliar corretamente o tamanho real do patrimônio e o déficit do Postalis. O patrimônio sofreu redução porque as perdas foram zeradas, mas agora os resultados positivos começam a aparecer e apontam para uma recuperação da imagem da entidade. “Até recebemos algumas críticas, mas tínhamos de precificar corretamente os ativos dos dois planos, era uma exigência legal”, explica o Interventor.

Fim da intervenção - Devido a todas as ações de recuperação implantadas no Postalis, Walter Parente prevê que o período de intervenção está próximo de seu final. No mês de setembro próximo termina a vigência da portaria de intervenção e agora depende do patrocinador a manutenção ou fim do regime especial. “Já estamos terminando nosso trabalho. Vamos entregar a entidade com a carteira limpa e com mecanismos eficazes de governança”, comenta Parente.

Ele ressalta ainda a mudança da sede da entidade no primeiro semestre de 2018 e o trabalho de motivação do quadro de funcionários que permaneceu no fundo. Além disso, foi importante a contratação de novos prestadores externos que chegaram para contribuir com a melhoria dos serviços.

Fonte: Acontece Abrapp, em 22.08.2019.