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Política de gestão de riscos do BC é referência para órgãos públicos

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BC foi um dos primeiros órgãos públicos do país a pensar e a implementar uma política de gestão de riscos

O Banco Central (BC) é responsável pelo gerenciamento de sistemas e de processos fundamentais para o bom funcionamento da economia brasileira e, por isso, deve estar preparado para lidar com situações adversas que possam comprometer sua atuação. Gradualmente, o BC expandiu sua gestão de riscos. Na década de 1990, essa gestão era mais detida ao monitoramento das reservas internacionais. Em 1999, o órgão construiu seu Data Center secundário. Na década seguinte, o gerenciamento de riscos dentro do BC foi ampliado e chegou às atividades operacionais e de política monetária. Em 2011, o Banco Central estabeleceu sua Política de Gestão Integrada de Riscos (PGR), na qual estabelece os princípios, os processos, a estrutura e as atribuições de cada unidade na gestão de riscos da instituição.

 “O BC foi um dos primeiros órgãos públicos do país a pensar e a implementar uma política de gestão de riscos. Esse é um tema relativamente novo para corporações – não apenas no Brasil. Como fomos pioneiros, acabamos nos tornando referência para outros órgãos públicos”, afirma Isabela Ribeiro Damaso Maia, chefe do Departamento de Riscos Corporativos e Referências Operacionais.

A elaboração da PGR começou com o mapeamento dos riscos que podem afetar os principais processos de trabalho do Banco. Em seguida, foram identificadas as estratégias para lidar com essas ameaças. A estratégia de identificação e resposta a interrupção de processos críticos no BC, ou gestão da continuidade de negócio, por sua vez, é coordenada pelo próprio Deris. “Uma das inovações da PGR é o uso das informações de risco como apoio para a tomada de decisões gerenciais, seja em nível estratégico, tático ou operacional, priorizando, por exemplo, a alocação de recursos”, explica Isabela.

Tipos de riscos

A gestão de riscos no BC funciona em duas frentes: gerenciamento dos riscos financeiros (alocação estratégica e carteira de referência das reservas internacionais, risco de mercado, risco de crédito e risco de liquidez) e gerenciamento de ameaças não financeiras (risco estratégico e risco operacional).

A gestão dos riscos financeiros foca nos ativos e nos passivos que compõem o balanço do BC. O risco de mercado de uma carteira de ativos é o risco de ocorrerem perdas financeiras em função da variação dos preços de mercado dos ativos que compõem essa carteira. O risco de liquidez corresponde ao risco de não se poder vender um ativo ou de fechar uma posição no momento desejado sem custos significativos. Já o risco de crédito é o risco de uma instituição não conseguir honrar pagamentos decorrentes da emissão de títulos, depósitos ou qualquer outra obrigação contratual ou compromisso financeiro assumidos com os investidores.

A gestão de riscos não financeiros é realizada em todos os níveis e unidades do BC. A gestão desses riscos envolve, entre outros aspectos, a identificação e a avaliação de eventos capazes de afetar os objetivos da instituição e a administração das ameaças para mantê-las em grau compatível com o apetite a risco do BC.

A gestão de continuidade de negócios, por sua vez, provê uma estrutura para construir resiliência organizacional. Ela identifica e planeja o que é necessário fazer para que o BC continue cumprindo suas obrigações caso ocorra um evento grave que interrompa as operações da instituição. Essa gestão busca a criação e a manutenção de planos de resposta em caso de interrupção dos processos considerados críticos.

Fonte: Banco Central do Brasil, em 15.01.2018.