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Para executivos, mudanças climáticas já são as principais ameaças para os seus negócios

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Pela primeira vez em 15 anos, o Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial produzido em parceria com a Marsh McLennan, revelou que os 4 principais riscos por probabilidade e 3 dos 5 principais riscos por gravidade de seu impacto estão relacionadas ao clima e ao meio ambiente.

O fracasso em agir contra as mudanças climáticas está prestes a se tornar a próxima grande "pandemia" na sociedade. "Nosso futuro passa necessariamente pela resiliência climática, e todos nós, indivíduos, governos e empresas, fazemos parte da solução. A colaboração entre os setores público e privado é fundamental para minimizar este risco, de grande probabilidade e impacto catastrófico", afirma Flávio Ruiz, líder da Marsh Risk Consulting no Brasil.

De acordo com outro recente relatório de Diagnóstico de Resiliência de Riscos , os riscos climáticos estão na vanguarda da agenda de negócios em nível global, sendo os consumidores e clientes os mais impactados por eles. No entanto, existe uma grande lacuna entre a percepção da gravidade do risco e a preparação para gerenciá-lo.

Aumento do risco e pressão socioeconômica também trazem oportunidades

A mudança climática está redesenhando o cenário de risco e os desafios para empresas, governos e instituições financeiras são enormes. Além disso, a pressão de investidores, acionistas, ativistas sociais e consumidores em relação às estratégias de sustentabilidade das empresas continua crescendo exponencialmente. "Assim, os relatórios ESG sobre os aspectos ambientais, sociais e de boa governança de uma empresa estão ganhando cada vez mais peso em relação aos puramente financeiros. As pessoas querem saber se as empresas estão sendo, ou querem ser, parte do problema ou da solução", acrescenta Ruiz.

Mas, ao mesmo tempo, este grande desafio global está criando novas oportunidades para as empresas, desde motivar e atrair talentos, aumentar a eficiência dos recursos, desenvolver novos bens e serviços de baixo carbono e fornecer maior valor aos stakeholders e às comunidades.

Diante desse novo panorama, as empresas devem colocar no centro de sua estratégia a construção de uma verdadeira resiliência climática com uma forte liderança corporativa, capaz de gerenciar o risco de forma integral. "Antecipar o risco, quantificar o seu impacto nas diferentes áreas de negócio, bem como as possíveis perdas associadas, é a chave para esse futuro sustentável que todos almejamos", diz o especialista.

Embora a mudança climática exija ação imediata, é verdade que muitos governos priorizarão a recuperação econômica da pandemia ou a transição tecnológica. Assim como a COVID-19, os impactos das mudanças climáticas serão diferentes por país, mas é importante considerar que uma mudança em direção a uma produção e consumo mais verdes não pode ser adiada até que as economias se recuperem. "Mais uma vez, a colaboração público-privada se torna a chave para gerenciar com eficiência os riscos climáticos", complementa.

Como se constrói uma empresa resiliente?

• Com liderança responsável para promover estratégias de gestão de risco.

• Compromisso e coordenação entre todas as áreas da empresa para alinhar os riscos de forma abrangente.

• Formação de comitês de risco, com representação das unidades de negócios e equipes adjacentes ao risco, como segurança e compliance, para garantir que todos os riscos operacionais sejam considerados.

• Alinhamento da avaliação de risco com a estratégia corporativa em uma visão de médio e longo prazo, ou seja, integração da resiliência e do risco no planejamento e na estratégia do negócio.

Fonte: Paulo Florencio, em 09.06.2021