Notícias ANBIMA, em 10.09.2025

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Resposta à consulta do BC sugere clareza na classificação contábil de ativos virtuais

Mudança pode facilitar a supervisão e reduzir insegurança jurídica

Na última semana de agosto, contribuímos com a Consulta Pública 122 do Banco Central sobre critérios contábeis para reconhecimento, mensuração e divulgação de ativos virtuais e tokens de utilidade. Nossa resposta busca promover a padronização das práticas entre as instituições e evitar insegurança jurídica.

Um dos principais pontos defendidos foi a necessidade de mais clareza na classificação contábil dos ativos virtuais. Atualmente, não há uma definição normativa específica para esse tipo de ativo, o que possibilita práticas divergentes entre as instituições. A sugestão apresentada ao BC é que o enquadramento leve em consideração, prioritariamente, a finalidade econômica do ativo – por exemplo, seu uso como meio de pagamento digital – e não apenas sua forma jurídica ou tecnológica.

Também propusemos delimitar adequadamente o escopo dos tokens de utilidade na norma, para assegurar que apenas aqueles efetivamente vinculados ao universo dos criptoativos sejam abrangidos nas regras propostas – por exemplo os que utilizem DLT (tecnologia de registro distribuído) ou sejam emitidos em blockchains. Essa abordagem integrada assegura consistência, evita interpretações equivocadas e facilita a supervisão.

A proposta foi elaborada com participação ativa de especialistas contábeis das instituições associadas, que trouxeram base técnica e experiência prática no tema.

Regulação do BC

O mercado aguarda para esse ano a publicação das normas do Banco Central para as PSAVs (Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais). A regulação deve criar três modalidades de PSAVs: intermediária, custodiante e corretora, além de estabelecer limites de capital social mínimo e regras para a contratação de serviços essenciais.

Confira outras iniciativas que estamos acompanhando sobre o tema


Agosto registra rendimento positivo em todos os índices de renda fixa

Títulos prefixados se sobressaem com possibilidade de queda nos juros

Todos os índices de renda fixa, tanto de curto quanto de longo prazo, encerraram o mês de agosto com rentabilidades positivas.

“Os diversos acontecimentos político-econômicos do mês abriram espaço para estratégias com diferentes prazos e tipos de indexadores. O destaque ficou com os prefixados, que lideraram os ganhos de agosto, refletindo a expectativa do mercado de queda nos juros no fim do ano”, afirma Marcelo Cidade, nosso economista.

Em relação aos prefixados, os títulos com vencimento acima de um ano tiveram o melhor desempenho: o índice IRF-M 1+ avançou 1,90% no mês. Enquanto isso, os papéis de prazo mais curto (até um ano), representados pelo IRF-M, registraram alta de 1,24%.

Nos títulos públicos atrelados à inflação, as NTN-Bs com vencimento em até cinco anos, acompanhadas pelo IMA-B 5, cresceram 1,18%. As de prazo mais longo (acima de cinco anos), refletidas no IMA-B 5+, subiram 0,54%.

Já as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), títulos pós-fixados atrelados à taxa básica de juros, tiveram desempenho de 1,17% em agosto, segundo o IMA-S.

Os títulos que compõem a dívida pública brasileira, monitorados pelo IMA (Índices de Mercado da ANBIMA), valorizaram 1,19% no mês.

Títulos corporativos também avançam

Assim como nos títulos públicos, todas as carteiras que refletem os papéis privados fecharam agosto com alta.

No segmento de crédito privado, as debêntures incentivadas tiveram a maior alta do mês. O IDA-IPCA Infraestrutura, índice que acompanha esses papéis, subiu 1,81% em agosto. O desempenho foi semelhante ao das debêntures sem incentivo fiscal, representadas pelo IDA-IPCA Ex-Infraestrutura, que avançaram 1,7%.

Já as debêntures atreladas à taxa DI, acompanhadas pelo IDA-DI, apresentaram rentabilidade de 1,1%.

De forma geral, o IDA (Índices de Debêntures da ANBIMA) encerrou o mês com alta de 1,42%.

Todos os resultados do setor serão divulgados no Boletim de Renda Fixa, publicado mensalmente no ANBIMA Data, nossa plataforma gratuita de dados dos mercados financeiro e de capitais.


Workshops sobre blended finance capacitam profissionais do mercado financeiro

Jornada online começa no dia 30 de setembro e é exclusiva para instituições ligadas à Anbima

No dia 30 de setembro, começa a Jornada de Blended Finance 2025, uma série de treinamentos online para capacitar profissionais dos mercados financeiro e de capitais. A iniciativa faz parte da Rede Anbima de Sustentabilidade e da agenda de continuidade do Anbima em Ação 2025/2026, conjunto de metas que elegemos como prioritárias para este e o próximo ano.

"A transição para uma economia de baixo carbono exige ação concreta e colaboração entre mercado, governos e sociedade civil. O blended finance é uma ferramenta estratégica para destravar capital privado em investimentos sustentáveis, permitindo que organizações com objetivos distintos do setor privado, público e filantrópico atuem lado a lado e alcancem metas financeiras e de impacto socioambiental. Em um momento em que a agenda ESG precisa sair do discurso e se materializar, o blended finance representa o elo entre propósito e capital", explica Fernanda Camargo, nossa diretora e líder da Rede Anbima de Sustentabilidade.

A jornada terá três workshops online e tratará de temas como fundamentos do blended finance, exemplos nacionais e internacionais que podem ser replicados, atração de capital e métricas. Os encontros são exclusivos para quem atua em instituições associadas ou que seguem as regras de autorregulação da Anbima.

A iniciativa é continuidade da Go Blended, campanha de disseminação de informações e realização de experiências envolvendo blended finance, que apoiamos em 2024 em parceria com a Din4mo, empresa focada na estruturação dessas operações.

Confira a agenda completa

Modelos e ferramentas

30 de setembro, às 14h30 | Inscreva-se no workshop 1

No encontro de lançamento, vamos estabelecer uma base técnica comum sobre esse modelo de financiamento misto: principais estruturas de blended, tipos de arranjos financeiros e construção de modelos nacionais e internacionais que podem ser replicados.

Capital catalítico

14 de outubro, às 14h30 | Inscreva-se no workshop 2

Entenda como atrair capital privado para operações de blended, alinhando expectativas de risco, retorno e liquidez, e abrindo oportunidades estratégicas de investimento em diferentes setores. Falaremos de mecanismos de mitigação de riscos, coinvestimentos temáticos e territoriais e casos de sucesso.

Métricas, impacto e regulação

30 de outubro, às 10h | Inscreva-se no workshop 3

Vamos debater a construção de um framework nacional de métricas para blended finance e alinhar essa base com a agenda regulatória e de incentivos fiscais em desenvolvimento. Também passaremos pelos desafios brasileiros, como custos, padronização e auditoria.

O que é blended finance

Também chamado de financiamento misto, é uma forma de investimento que une recursos públicos, de fomento ou filantrópicos a capital privado com objetivo de financiar projetos de impacto positivo social, ambiental ou de desenvolvimento econômico. A modalidade se destaca no financiamento sustentável ao contribuir para o alcance dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU).

Nossa atuação em blended

Atuar para promover mecanismos e instrumentos financeiros é um dos pilares da Rede Anbima de Sustentabilidade, e blended finance foi escolhido como tema prioritário. Além do apoio institucional à jornada Go!Blended em 2024, neste ano entramos para o Comitê Curador da Jornada Go!Blended, no ciclo 2025/2026. O objetivo do fórum é provocar reflexões e fortalecer a mobilização e engajamento de agentes de mercado no ecossistema de blended finance. O grupo é formado por 18 executivos do mercado e somos representados por Luiz Pires, nosso gerente de Sustentabilidade e Inovação.

Conheça o Anbima em Ação

O Anbima em Ação é o conjunto das principais iniciativas da Associação para este e o próximo ano. Esse planejamento estratégico foi elaborado a partir de uma ampla consulta aos nossos associados, novos players, reguladores e lideranças da Anbima que resultou em uma agenda apoiada em três pilares: representatividade, inteligência de dados e redução do custo de observância. Além das iniciativas sob estes três pilares indicados na consulta, o Anbima em Ação 2025-2026 inclui temas que já estão em andamento, seja porque são estratégicos para o mercado ou para o futuro da Associação: sustentabilidade, investimento internacional, finanças digitais, inteligência artificial e educação. Confira cada uma.

Fonte: Anbima, em 10.09.2025.