Por Bruna Chieco
O Diretor-Presidente da UniAbrapp, Jarbas Antonio de Biagi, concedeu entrevista ao Brazil Economy e tratou dos desafios da Universidade Corporativa em reposicionar a previdência complementar fechada como um instrumento de proteção à longevidade. Na entrevista, Biagi ressalta a importância da educação financeira e previdenciária, e a necessidade de modernizar o setor, além de conscientizar a população sobre a importância da poupança de longo prazo.
Leia a seguir:
“A Selic em 15% é veneno à previdência privada”, diz Jarbas Biagi, da UniAbrapp
Segundo o executivo, aplicações no mercado financeiro não deveriam ser vistas como planos de previdência já que não há regras. Quem investe pode perder tudo
Por Hugo Cilo
Em meio ao envelhecimento acelerado da população brasileira e ao impacto de taxas de juros elevadas sobre o sistema previdenciário, a educação financeira e a gestão responsável dos planos de aposentadoria se tornaram questões centrais para o futuro do país. À frente da Universidade Corporativa da Previdência Complementar (UniAbrapp), Jarbas Biagi lidera um esforço ambicioso de modernização e conscientização, com foco na formação de profissionais, combate à desinformação e reposicionamento da previdência como instrumento essencial de proteção à longevidade. Nesta entrevista, Biagi analisa os desafios enfrentados pelo setor, responde a críticas e apresenta as iniciativas da UniAbrapp para transformar a cultura previdenciária brasileira – do TikTok às salas de aula, dos fundos fechados ao Congresso Nacional. Confira, a seguir, sua entrevista ao BRAZIL ECONOMY.
Como o sr. define sua missão à frente da UniAbrapp, depois de presidir por mais de uma década a Abrapp, diante do cenário de envelhecimento populacional e juros estratosféricos?
Defino a UniAbrapp como o centro nervoso da transformação previdenciária no Brasil. Herdei uma entidade com foco em advocacy político, mas hoje operamos como uma universidade corporativa para 250 entidades, que administram R$ 1,3 trilhão, o equivalente a 7% do PIB nacional. Nosso desafio é triplo: qualificar profissionais para gerir planos em um ambiente de Selic a 15%, onde a tentação por migração para renda fixa simples é um risco existencial; combater a desinformação crônica sobre previdência, agravada por escândalos midiáticos que ignoram que pagamos R$ 100 bilhões por ano em benefícios a 4 milhões de pessoas; e reposicionar o produto. Temos de mostrar que planos de previdência não competem com Tesouro Direto, mas garantem renda vitalícia em um país onde a expectativa de vida aumentará 10 anos até 2050.
A Selic a 15% é um problema para o setor? Quais mecanismos concretos ela aciona para drenar recursos da previdência privada?
A Selic a 15% é um veneno para o setor de previdência privada porque concorre diretamente. São poucos os fundos de previdência que rentabilizam acima disso. Aí cria-se uma disputa ilusória, já que aplicações no mercado financeiro não deveriam ser vistas como planos de previdência. Não há regras para seguir. Quem investe pode perder tudo ou quase tudo, além de poder resgatar na primeira necessidade. A finalidade é outra…
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Fonte: Abrapp em Foco, em 15.07.2025.