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Inovação & Criação de Valor: transformação das entidades não é mais escolha, mas necessidade

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Por Débora Soares

Com mais de 450 participantes inscritos, o 2º Encontro Nacional de Inovação & Criação de Valor teve início nesta terça-feira (28). O evento une a bagagem dos mais de 25 anos de encontros de comunicação e relacionamento realizados pela Abrapp com os eventos mais recentes de tecnologia da informação do setor.

Inovar não é mais uma escolha, mas uma necessidade para as entidades fechadas de previdência complementar. Essa mensagem foi reforçada nas falas da abertura do Encontro e no Talk Especial com o consultor e designer organizacional Marco Ornellas.

Da estagnação ao fomento – Na abertura do evento, o Diretor-Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins, registrou agradecimentos a José Roberto Peres, Diretor Executivo responsável pela área de Inovação e Tecnologia da Informação, e Rodrigo Sisnandes Pereira, Diretor Executivo responsável pela área de Estratégias e Criação de Valor da Abrapp. Ele também registrou os cumprimentos às secretárias executivas Colégio de Coordenadores das Comissões Técnicas de Estratégias e Criação de Valor, Marisa Bravi, e do Colégio das CTs de Inovação e Tecnologia, Elayne Cachen.

“As Comissões Técnicas da Abrapp são um exército de numerosos talentos. Talentos que são emprestados para a nossa Associação e que ajudam o nosso segmento, envolvendo quase 1.000 pessoas”, destacou Luís Ricardo, ao acrescentar a liderança e protagonismo das Comissões envolvidas na organização do evento.

Luís Ricardo observou que o sistema buscou sua reinvenção ao longo dos anos. Ele lembrou que no ano de 2017 o diagnóstico do setor apontou a estagnação das entidades fechadas de previdência complementar. Daí então passou-se a se ter várias discussões no âmbito da Abrapp sobre caminhos para o fomento, que culminaram em inovações como os planos família, o Prevsonho, o plano setorial Abrapp, e propostas para inscrição automática, segregação patrimonial, entre várias outras medidas.

“Várias propostas para a retomada do crescimento, contempladas no planejamento estratégico da Abrapp, nasceram desse grupo de talentos das Comissões Técnicas”, completou o Diretor-Presidente.

Reunião histórica do CNPC – Luís Ricardo destacou que o profissionalismo é palavra de ordem para as EFPCs e essas já apresentaram recuperação após a conjuntura negativa do ano de 2021. Nesse sentido, ele lembrou que foi pautada na reunião do Conselho Nacional de Previdência Complementar desta quarta-feira (29), a análise de proposta de congelamento do equacionamento de déficits em 2022 (referentes ao fechamento do ano anterior), elaborada pela Abrapp com o apoio dos representantes da sociedade civil.

Também estarão na pauta da reunião do CNPC de amanhã os preparativos para a operacionalização do CNPJ por Plano e a proposta de aperfeiçoamento das regras para a gestão e utilização do Plano de Gestão Administrativa (PGA) das entidades fechadas.

Evento pré-Congresso – O Diretor-Presidente da Abrapp reforçou que os dirigentes das entidades se veem diante do desafio de construir um novo modelo de negócio, mais aderente ao mundo pós-pandemia e que incentive a poupança de longo prazo. É preciso utilizar a comunicação e a tecnologia para levar educação previdenciária para ainda mais brasileiros.

Nesse sentido, o 2º Encontro Nacional de Inovação & Criação de Valor inicia as discussões sobre “como” construir esse novo modelo. A pauta terá seu ápice no 43º Congresso Brasileiro de Previdência Privada, que acontecerá nos dias 19 a 21 de outubro deste ano, em formato híbrido (online e presencial), com o tema central #FaçaAcontecerAgora!.

Transformação é necessária – O Diretor Roberto Peres acrescentou que o Congresso de 2018 foi um ponto de virada para os muitos avanços que se seguiram, com o tema “Disruptura e o Mundo do Novo Século”. “Todos devem se lembrar desse evento, onde ficou caracterizado que esse novo mundo está centrado e dependente de tecnologia e inovação”.

“Temos dito e reiterado que a transformação digital deixou de ser um diferencial competitivo das instituições e passou a ser uma necessidade. Apesar dos grandes avanços que tivemos nesse tempo de pandemia, temos consciência de que sua implementação plena continua a ser um desafio para as entidades”, completou Peres.

O Diretor Rodrigo Sisnandes acrescentou que não é de hoje que a inovação está na agenda do segmento. “Devemos ressaltar que todos os profissionais das nossas associadas merecem nosso reconhecimento pela resiliência demonstrada nesses últimos anos. Estamos transformando processos, fazendo atendimento online, criando aplicativo para adesão digital, eliminando entraves burocráticos e mostrando que entregamos mais valor para os nossos participantes”, destacou Sisnandes.

Inovação é tsunami – Durante o Talk Especial Juntos “Ressignificando o Mundo Pós-Pandemia” o consultor e designer organizacional Marco Ornellas ressaltou que o mundo vive a transição para um novo tempo: estamos saindo da Era Pós-moderna para a Era Pós-pós-moderna. E é justamente nesse momento de “desordem” que há oportunidade para construir uma nova ordem de maior ampliação de consciência.

Ornellas lembrou que o mundo vive três grandes crises nas esferas de valores, sustentabilidade e modelo econômico. As discussões relacionadas ao meio ambiente, maior diversidade, inclusão, humanização e novas relações de trabalho já existem há pelo menos três décadas, mas ganharam tração com a pandemia.

Trazendo o exemplo de seu segundo neto, que hoje tem cinco anos, o especialista notou que a geração “alpha” é a primeira 100% digital, cresce em novas configurações familiares, percebe um mundo sem barreiras entre os indivíduos, com mais diversidade, e consistirá em 2 bilhões de pessoas até 2025.

Essas pessoas, cuja expectativa de vida é de pelos menos 116 anos, crescerão em um mundo completamente diferente de hoje, em que robôs e inteligência artificial estarão cada vez mais presentes e problemas de saúde comuns e a pobreza poderão ser coisa do passado.

Para sobreviver nesse novo mundo, as organizações precisam cultivar culturas regenerativas, com uma nova mentalidade das lideranças, na qual a entrega pela entrega dá lugar ao propósito, sai o comando e o controle e entra a autonomia e a realização, com estruturas ágeis e autogerenciáveis, e o novo modus operandi é de “learning”- aprender, desaprender e reaprender.

Ornellas lembrou que a definição de “ressignificar” é olhar de dentro para fora e encontrar novidades no que se vê todos os dias, sabendo que as coisas mudam tanto quanto as pessoas. Por isso, seu conselho para as lideranças que ainda resistem em se abrir ao novo é que a transformação não é mais escolha; ou você muda ou corre o risco de ser atropelado pela mudança.

Comparando a transformação a um tsunami, ele destacou que essa onda gigante ganha cada vez mais força e poucas organizações sobreviverão ao impacto. “Refletir sobre isso e ter um fórum como este para discutir inovação, criação de valor, mindset, futuro e o seu impacto no dia a dia, é de extrema e necessária importância para conseguirmos dar significado e entendermos esse novo mundo em que vivemos”, arrematou Ornellas.

O 2° Encontro de Inovação & Criação de Valor continua nos dias 29 e 30 de junho. É uma realização da Abrapp, com o apoio institucional de UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. O evento conta com o patrocínio ouro da Infobase e da NTConsult; patrocínio prata da uFund; patrocínio bronze por Darede; e apoio da Way Educação.

Fonte: Abrapp em Foco, em 28.06.2022.