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Informação e transparência podem tornar consumidor um dos maiores aliados na redução dos custos com assistência à saúde

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Especialistas americanos, David Newman e Jay J. Cohen apontam caminhos que podem ser adaptados à realidade do mercado brasileiro

Tornar as informações acessíveis ao consumidor, de forma transparente e qualitativa, é um dos desafios apontados no Fórum de Saúde Suplementar – promovido pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) –, durante os debates na tarde desta terça-feira (24/11), em São Paulo. Dois painéis com participações de especialistas norte-americanos discutiram os caminhos viáveis para implementar essas mudanças, segundo a realidade brasileira.

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Da esquerda para a direita: O gerente-geral da FenaSaúde, Sandro Leal; o diretor-executivo do Health Care Cost Institute, David Newman, e a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira

No painel ‘Informação como Agente de Mudança e Transformação’, David Newman, diretor-executivo do Health Care Cost Institute (HCCI), mostrou como a informação e, acima de tudo, a transparência de dados levam ao empoderamento dos beneficiários de planos na relação de consumo dos serviços de saúde. Esse acesso lhe permite conhecer mais a fundo prestadores de serviços, seus custos e resultados, bem como fazer as melhores escolhas. Dentro desse contexto, a tecnologia da informação é instrumento primordial.

Em sua palestra, Newman abordou a plataforma Guroo.com, criada pelo HCCI, que apresenta aos usuários valores máximo, mínimo e médio dos principais procedimentos médicos nos Estados Unidos. “Após o Obamacare, os consumidores realmente querem adquirir qualidade. Para atender a esse desejo, a informação sobre preços e o real valor dos serviços é fundamental”, comentou. “Neste sentido, a transparência é muito importante. Só assim, a população vai realmente se engajar em torno do novo modelo de saúde que o Obamacare representa”, completou.

Com cenário bastante distinto dos Estados Unidos, o Brasil tem como desafio adaptar à sua realidade o que a experiência norte-americana tem a ensinar. “O uso da informação é um caminho sem retorno, condição necessária, mas não suficiente para tornar o consumidor totalmente consciente em termos de custos e preços na Saúde Suplementar. Temos muito ainda a avançar para mudar a cultura de todo o setor. Não há bala de prata”, avaliou o Gerente-Geral da FenaSaúde, Sandro Leal Alves, mediador do debate.

O vice-presidente da Optum, Jay J. Cohen, apresentou o painel ‘Organização da Assistência e Remuneração’, em que detalhou um dos mais novos modelos de assistência à saúde nos Estados Unidos: as Accountable Care Organizations (ACOs). Nele, um novo paradigma em termos de remuneração dos prestadores de serviços – baseado no pagamento a partir da qualidade, em vez do volume, como ocorre no Brasil – tem proporcionado significativa queda nos custos das organizações, bem como elevação da satisfação dos consumidores.

“Essa mudança de visão leva ao aumento da qualidade e reduz custos. Agora, o médico tem papel fundamental em todo esse processo. Não são apenas os incentivos oferecidos a eles que os fazem se engajar com os ACOs. Trata-se, de fato, de uma mudança cultural. Ele precisa se dar conta de que esse novo modelo de remuneração também é bom para ele. Nosso dever, e estamos obtendo sucesso, é fazer com que ele perceba isso”, afirmou Jay Cohen.

Fonte: CNseg, em 25.11.2015.