Buscar:

Hospitais preparam-se para atender casos de febre amarela

Imprimir PDF
Voltar

A FEHOESP – Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo está iniciando uma campanha junto aos serviços de saúde privados em todo o Estado, que somam 504 hospitais e 38. 563 clínicas médicas, objetivando informá-los sobre os sintomas e procedimentos que se deve adotar diante de um paciente com suspeita de febre amarela. No site da entidade, www.fehoesp360.org.br, a entidade alerta para o combate à doença e replica informações e a cartilha do Ministério da Saúde para profissionais do setor. Também estará enviando comunicado para todos os seus associados. No setor de vacinação e imunização, a entidade contabiliza 409 clínicas no Estado, destas 161 empresas localizam-se na Capital.

Segundo o professor e infectologista Roberto Focaccia, quanto mais rápido o diagnóstico, maior a possibilidade de sobrevida nos casos hemorrágicos mais graves. Daí a importância de a FEHOESP alertar hospitais e serviços de saúde sobre a importância dos médicos e profissionais do setor estarem preparados para detectar com rapidez e precisão a febre amarela, a fim de salvar vidas. No entanto, não há tratamento específico para a doença. O importante é internar o paciente em UTI, com reposição de líquidos e perda sanguínea, quando necessário, e aguardar a regressão da infecção.

O presidente da FEHOESP, o médico Yussif Ali Mere Jr, alerta para o fato de que os sintomas da febre amarela podem ser confundidos com outras doenças. E somente o exame laboratorial, que detecta o vírus, pode confirmar o diagnóstico. “Nas formas graves pode se confundir com hepatite fulminante, descompensação de uma cirrose hepática, leptospirose grave, septicemia bacteriana, febre maculosa, dengue e outras febres hemorrágicas”, destaca.

Para o médico, o mais importante é que a população seja imunizada e procure os serviços de saúde rapidamente quando do aparecimento de algum sintoma. “Os hospitais e serviços de saúde estarão preparados para auxiliar o poder público no combate à doença e nas imediatas notificações de casos suspeitos para evitar sua propagação. Importante nesse momento unir esforços dos setores público e privado”, destaca o presidente da Federação.

Definição e sintomas da febre amarela

A febre amarela é uma infecção de curta duração e muito diversificada clinicamente. 90% dos casos são assintomáticos e de formas leves. Cerca de 10 % apresentam formas graves com alta mortalidade. Nessas formas apresenta icterícia intensa, febre muito alta, sangramentos importantes e comprometimento renal, além de sintomas gerais como dores musculares, náusea, vômitos, dores nas articulações, entre outros.

Febre amarela silvestre versus urbana

Desde 1942 que não tem ocorrido qualquer caso de febre amarela urbana no Brasil. Porém, o crescimento rápido das cidades aproximou-as da zona rural, confundindo sua limitação. Muitas moradias estão localizadas próximas de matas, facilitando a transmissão da febre amarela às áreas urbanas. A ocorrência de febre amarela silvestre tem ocorrido isoladamente e até em surtos na zona de matas, porém, ela é transmitida do reservatório principal, que são os primatas para o homem através de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.

Na zona urbana, a transmissão se dá através do Aedes aegypti, que havia sido erradicado desde os anos 80 e retornou com força total nesta década. O combate a esse mosquito em um país continental como o Brasil tornou-se muito difícil, talvez impossível de erradicar.

Para o professor Roberto Focaccia, autor de conceituados tratados de epidemiologia, a grande ameaça para a população e o risco de uma endemia é que a febre amarela silvestre torne-se urbana, sendo transmitida pelo Aedes aegypti. E a única solução é a vacinação em massa, procedimento adotado nos últimos dias pelas autoridades sanitárias.

Fonte: Hospitais Brasil, em 18.01.2018.