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Eurasia Group mapeia os dez maiores riscos geopolíticos de 2019

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Consultoria considera que o atual ambiente geopolítico é o mais perigoso em décadas

A consultoria Eurasia Group acaba de lançar um estudo mapeando o que considera serem os dez maiores riscos geopolíticos de 2019. Tal estudo torna-se particularmente relevante se considerarmos a avaliação da consultoria que o atual ambiente geopolítico é o mais perigoso em décadas, por a atual ordem geopolítica encontrar-se, na avaliação deles, em erosão.

O mercado segurador - apesar de os riscos subscritos fazerem parte do core business e serem bem definidos e limitados – não está imune aos riscos sistêmicos, oriundos de choques externos, razão do mérito do estudo para o setor.

Confira abaixo os dez maiores riscos geopolíticos de 2019.

1 - Sementes da discórdia

A instabilidade recente nas instituições democráticas americanas, a crise do processo de integração europeia, o enfraquecimento de alianças militares históricas, como a OTAN, e a ascensão de governos populistas e nacionalistas em diversas partes do mundo são quatro movimentos que foram chamados pela Eurasia Group de “sementes da discórdia”, uma vez que juntos têm o potencial de transbordar um caldeirão de incertezas na arena política mundial.

2 - Relacionamento entre China e EUA

Recentemente, o mundo assiste apreensivo à escalada de tensões comerciais envolvendo as duas maiores potências econômicas do mundo. Mesmo que durante a reunião da cúpula do G-20 os líderes de China e EUA tenham sinalizado uma trégua, a consultoria não vê como provável uma dispersão completa das tensões, que podem se agravar e provocar uma recessão mundial.

3 - Arena cibernética

A quantidade de ataques cibernéticos tem aumentado nos últimos anos. Essa realidade fez com que os EUA reorientasse sua estratégia de defesa cibernética, de forma que a Eurasia prevê para 2019 uma maior projeção do poder cibernético norte-americano. Isso, por outro lado, pode gerar reações inesperadas, estimulando mais ataques na arena digital.

4 - Populismo europeu

As projeções das eleições europeias apontam para um aumento expressivo de cadeiras ocupadas por eurocéticos no parlamento europeu em 2019. A votação representaria uma guinada em direção ao populismo, já materializado em alguns países da região. Os eurocéticos são os políticos europeus contrários ao processo de integração econômica e política da União Europeia, e a presença de cada vez mais representantes desse grupo no parlamento é um sinal que a Europa pode frear ainda mais sua integração, já muito afetada pelo Brexit, com desdobramentos na economia mundial.

5 - Tensões domésticas nos EUA

As instituições políticas norte-americanas passam por um momento turbulento. O presidente Donald Trump perdeu a maioria na Câmara, e ainda tem sob si a sombra da investigação independente sobre uma possível influência russa nas eleições de 2016. Apesar de improvável, a Eurasia não descarta um processo de impeachment, o que não é boa notícia para os agentes econômicos, que esperam estabilidade da maior economia do mundo.

6 - O inverno da tecnologia

Diversas jurisdições do mundo estão apertando os cintos e restringindo o uso da tecnologia por questões de segurança e privacidade. Muitos estão seguindo o exemplo da lei de proteção de dados europeia, como é o caso do Brasil, da Índia e da Califórnia. A restrição governamental, no entanto, tem o potencial para sufocar a inovação.

7 - A coalizão improvável

Liderados por Donald Trump, alguns líderes políticos têm se apresentado como avessos às instituições estabelecidas no sistema internacional. Entre eles estariam Brasil e Itália, onde os vencedores das eleições teriam declarado seguir a cartilha do presidente norte-americano; Rússia, Turquia e Coréia do Norte, que também questionariam o sistema internacional; e Arábia Saudita e Israel, que dependeriam dos EUA para sua própria sobrevivência. A erosão do sistema internacional não é boa notícia para os negócios.

8 - México

A eleição de Andres Manuel Lopez Obrado no México com um vasto apoio político preocupa o mercado. O novo presidente mexicano foi eleito com uma agenda antirreformas liberalizantes implementadas naquele país a partir dos anos 80, o que traz um temor generalizado de que o mandatário imponha restrições a livre circulação de capital no México.

9 - Ucrânia

O conflito militar na Ucrânia pode se aprofundar em 2019, uma vez que o país terá eleições em março. A Rússia não pretende perder influência no país, que é visto pelos estrategistas russos como essencial para sua política externa. Os interesses complexos na região podem escalar para uma crise de proporção mundial.

10 - Nigéria

A Nigéria passará por uma eleição desafiadora em 2019. Dois candidatos considerados fracos pela Eurasia Group são os favoritos para vencer o certame. A instabilidade política esperada para o maior mercado da África é uma preocupação que deve estar no radar de executivos expostos a riscos na região.

Clique aqui para baixar o documento na íntegra, em inglês

Fonte: CNseg, em 17.01.2019.