CNseg – Notícias do Seguro, em 23.09.2025
Saiba como o seguro pode ser um aliado estratégico na recuperação de áreas degradadas
- O programa Caminho Verde Brasil avança como uma das principais iniciativas nacionais de recuperação de áreas degradadas pela agropecuária
- Estima-se que o país tenha 100 milhões de hectares de terras em diferentes níveis de degradação, dos quais 40 milhões apresentam alto potencial produtivo
- O objetivo é restaurar essas áreas, evitando novos desmatamentos, recuperando a produtividade agrícola e reduzindo a emissão de gases de efeito estufa
A primeira etapa do programa já prevê a restauração de 1,4 milhão de hectares, medida que deve evitar o desmatamento de novas áreas e reduzir em 19,5 milhões de toneladas as emissões de CO₂ por ano. Para viabilizar esse esforço, o Programa Eco Invest Brasil realizou em agosto seu segundo leilão, arrecadando R$ 30 bilhões. Dez bancos se comprometeram a recuperar a área inicial, com a meta de alcançar, em dez anos, a restauração dos 40 milhões de hectares degradados.
Além dos ganhos ambientais e da contribuição para a segurança alimentar e a transição energética, o programa fortalece a posição do Brasil na economia verde global ao atrair capital privado e externo. Linhas de crédito com juros reduzidos são oferecidas a produtores que assumirem compromissos ambientais, como o desmatamento zero e o balanço positivo de carbono. Esse mecanismo alia sustentabilidade, geração de empregos e aumento da competitividade do agronegócio brasileiro.
O desenho financeiro do Eco Invest inclui instrumentos inovadores de proteção contra a volatilidade do câmbio, contratos de equity e barter, além do potencial de criar fundos especializados em investimentos sustentáveis. O Banco Interamericano de Desenvolvimento apoia o programa, destacando sua relevância como modelo para a captação de recursos e a alavancagem de projetos de longo prazo.
Caminho Verde Brasil e o setor segurador
O movimento nacional de restauração e financiamento sustentável abre várias frentes de atuação para o mercado de seguros, que pode assumir papel estratégico em quatro dimensões:
1. Seguro rural e agropecuário
Os produtores que aderirem a práticas sustentáveis terão acesso a linhas de crédito e podem, também, se beneficiar de produtos de seguro rural adaptados às novas exigências ambientais. O seguro passa a ser não apenas uma proteção contra intempéries e perdas de safra, mas um diferencial competitivo para o produtor comprometido com a agenda verde.
2. Seguro ambiental e responsabilidade civil
Projetos de recuperação de áreas degradadas, especialmente aqueles que envolvem financiamento externo, demandam apólices de responsabilidade civil ambiental e seguros-garantia. Esses produtos protegem investidores e credores contra riscos de descumprimento de metas, falhas de execução ou danos não previstos ao meio ambiente e às comunidades.
3. Resseguros e instrumentos financeiros
O volume expressivo de investimentos — bilhões de reais apenas no último leilão — amplia o espaço para soluções de resseguro climático e para produtos que ofereçam proteção frente a riscos cambiais e de crédito. O setor segurador pode atuar em conjunto com bancos e fundos de investimento, agregando segurança e previsibilidade a operações estruturadas no âmbito do Eco Invest.
4. ESG e reputação do setor
Ao participar ativamente dessa agenda, as seguradoras se posicionam como agentes de transformação ecológica, fortalecendo sua imagem junto a investidores, governos e à sociedade. Isso também amplia as oportunidades de desenvolver produtos inovadores ligados à agenda ESG, alinhados às demandas globais por sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.
Mais do que mitigar perdas, o seguro tem capacidade de se consolidar como pilar de sustentação da economia verde. No caso do Caminho Verde Brasil, o setor segurador oferece:
- Garantias para atrair capital externo e privado
- Proteção ambiental para produtores e investidores
- Seguros rurais que estimulam práticas agropecuárias sustentáveis
- Resseguros climáticos para dar previsibilidade a grandes operações
- Assim, o seguro contribui diretamente para os objetivos centrais do programa: aumentar a produção de alimentos, gerar empregos, preservar os biomas e fortalecer a competitividade internacional do Brasil em setores estratégicos
Katrina: memória viva de um furacão trágico e devastador, 20 anos depois
- Vinte anos após sua passagem, o furacão Katrina segue sendo lembrado como um marco doloroso e transformador da história climática e do mercado segurador global. Formado em 23 de agosto de 2005, nas Bahamas, ele se intensificou rapidamente sobre as águas quentes do Golfo do México e atingiu a costa dos EUA em 29 de agosto, devastando Nova Orleans e deixando quase 1.800 mortos e US$ 161 bilhões em prejuízos econômicos (a valor presente, segundo a NOAA)
- A temporada de furacões de 2025, até agora marcada por aparente calmaria, reforça a lição do Katrina: basta um único evento extremo para transformar uma temporada “fraca” em um desastre humano e financeiro de proporções históricas
Raio X do furacão Katrina: quando a natureza expôs vulnerabilidades
- Formação: 11ª tempestade nomeada de 2005; chegou à categoria 5 na escala Saffir-Simpson, com ventos acima de 280 km/h
- Impacto imediato: 1 milhão de evacuados; 200 mil casas submersas após falha dos diques em Nova Orleans; sistema de saneamento comprometido
- Mortes: aproximadamente 1.800, tornando-se o 3º furacão mais letal da história dos EUA
- Deslocamento populacional: mais de 1 milhão de pessoas deslocadas, na maior diáspora interna da história americana
Impactos econômicos e sociais do furacão Katrina:
- Infraestrutura energética: 30 plataformas de petróleo destruídas e 9 refinarias fechadas, reduzindo em 24% a produção anual de petróleo e em 18% a de gás natural do Golfo do México
- Indústria florestal: 5.300 km² devastados no Mississippi, com perdas acima de US$ 5 bilhões
- Governo federal: liberou cerca de US$ 105 bilhões para reparos e reconstrução
- Mercado de trabalho: centenas de milhares de empregos perdidos e forte queda na arrecadação local
Furacão Katrina: resposta governamental e críticas
- Área federal de desastre declarada pela FEMA, com apoio da Guarda Nacional
- O prefeito Ray Nagin decretou lei marcial em Nova Orleans
- A resposta inicial do governo Bush foi considerada lenta e insuficiente, gerando forte crítica pública
Repercussões no setor de seguros com o furacão Katrina
O Katrina foi o desastre natural mais caro da história do setor segurador, com US$ 105 bilhões em perdas seguradas. Suas consequências:
- Exposição dos limites da cobertura: muitos danos não estavam cobertos por apólices tradicionais, já que alagamentos dependem do programa público NFIP (National Flood Insurance Program).
- Mudança na precificação: alta expressiva nos prêmios, especialmente em propriedade, aviação e vida.
- Redefinição dos modelos de catástrofe: seguradoras e resseguradoras passaram a rever cláusulas contratuais, limites de cobertura e metodologias de risco.
- Novos instrumentos financeiros: crescimento de mecanismos alternativos, como ILS (Insurance-Linked Securities) e sidecars.
- Maior participação governamental: reforço de parcerias público-privadas em riscos sistêmicos (terrorismo, pandemia e clima).
Parte dessa história está registrada nos acervos do Centro de Documentação da CNseg, em uma das edições de 2005 da Revista de Seguros disponível aqui
Furacão Katrina: lição permanente para o setor segurador
O Katrina deixou claro que:
- Intensificação rápida é um dos maiores riscos, pois reduz o tempo de resposta.
- Eventos isolados podem gerar perdas superiores a várias temporadas médias.
- É fundamental manter resiliência financeira, fundos de catástrofe e diversificação de riscos.
Conheça 4 seguros que combatem imprevistos
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- Esse é o chamado Seguro Residencial. Ele oferece assistência em várias áreas essenciais, como encanamento, elétrica, chaveiro, e ainda pode incluir cobertura em caso de incêndio ou roubo
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Organizar uma grande festa é uma missão cheia de detalhes e riscos. Só em 2024, quase 22 milhões de pessoas participaram das festas tradicionais no país, segundo o Ministério do Turismo.
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Esse tipo de seguro cobre situações comuns do dia a dia, como:
- Roubo com ameaça física ou verbal
- Furto qualificado com sinais de arrombamento
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As coberturas variam conforme a seguradora e o plano escolhido, então vale comparar antes de contratar.
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Você pode contratar coberturas como:
- Atendimento médico e hospitalar
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Fonte: CNseg, em 23.09.2025