Por Gilmara Santos
“O investimento em tecnologia é parte fundamental da estratégia de todas as empresas, e aquelas que não aplicarem recursos nessa área correm o risco de ficar para trás”, destacou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg
Personalização e democratização dos seguros
Ana Paula Schmeiske, presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg, explica:
“A personalização e a precificação mais inteligentes são possíveis graças ao uso intensivo de dados e à digitalização, que também aumentam a eficiência e melhoram o atendimento”
As seguradoras estão utilizando ferramentas digitais para:
No entanto, Ana Paula alerta: a intensidade no uso da tecnologia ainda é desigual entre as empresas.
Desafios: ampliar acesso e modernizar sistemas
O setor enfrenta o desafio de expandir sua base de consumidores. Atualmente:
“20% da população compram 80% dos seguros. O desafio é chegar aos 80% que ainda não têm acesso”, afirmou Nuno Vieira, sócio da EY.
Segundo ele, a tecnologia pode ser decisiva para:
Daniel Calero, da Tivit, reforça:
“Modernizar sistemas é essencial para que o setor possa tirar pleno proveito do potencial da inovação”
Proteção de dados: inovação com responsabilidade
Com o uso intensivo de dados, cresce a preocupação com a privacidade e segurança.
Iagê Miola, da ANPD, destaca:
“O setor de seguros é altamente dependente de informações sensíveis. Adotar ferramentas robustas de proteção é essencial para garantir segurança e evitar fraudes”
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece diretrizes para:
O futuro do seguro: inovação como estratégia
O consenso é claro:
Investir em tecnologia e inovação é fundamental para:
Por Rodolfo Campos
“A crise climática vai piorar, junto com as perdas e as incertezas. Mas o setor de seguros tem o conhecimento desejado por todos nesse momento: o da gestão de riscos.” - Ana Toni, diretora executiva da COP30
Seguro é ferramenta estratégica na gestão do risco climático
Brasil já paga caro pelos eventos climáticos
O deputado Fernando Monteiro (Republicanos-PE) trouxe números impactantes:
“Nos últimos 10 anos, o Brasil perdeu R$ 782 bilhões com eventos climáticos - dinheiro que poderia ter sido poupado com um uso mais inteligente do seguro”
Em 2024, apenas as enchentes no Rio Grande do Sul causaram R$ 100 bilhões em prejuízos - mas só 6% estavam cobertos por seguros. Isso significa que 94% das perdas ficaram fora da proteção securitária.
“É um gap enorme que precisa ser combatido com urgência”, alertou Edson Franco, presidente da FenaPrevi
O conhecimento técnico já existe, mas falta cultura
Pedro Farme de D’Amoed, CEO da Guy Carpenter, destacou:
“O gap de proteção no Brasil é de 95%. Nos EUA, é de 40%. Nossa média anual de prejuízos não segurados chega a R$ 47,5 bilhões”
Segundo ele, isso ocorre por dois motivos:
“As enchentes no Sul elevaram nosso déficit fiscal de R$ 1 bi para R$ 40 bi. A inação custa caro”
Edward Lange, líder do Grupo Sancor Seguros, concordou e sugeriu a obrigatoriedade de seguros, citando como exemplo a lei italiana que obriga todas as empresas a contratar seguro contra catástrofes.
Seguro deve integrar políticas públicas
Cristina Reis, subsecretária do Ministério da Fazenda, defendeu a integração do seguro às políticas climáticas e citou avanços como:
“O seguro pode ser uma ponte entre o setor financeiro e a proteção social”
Ana Toni reforçou: o setor segurador está participando da elaboração dos 16 planos setoriais que o Brasil levará à COP30.
“Queremos transformar a COP em espaço de implementação, não só discursos. O seguro tem papel central”
Mutirão nacional contra as mudanças climáticas
O consenso do painel: o enfrentamento da crise climática exige cooperação ampla.
“É hora de um mutirão. A solução deve vir de todos”, defendeu Ana Toni
Fernando Monteiro destacou sua proposta de criar um Seguro Social contra Catástrofes, com custo entre R$ 2 e R$ 5, cobrado na conta telefônica e indenizações emergenciais entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.
“Seguro é zelo com o dinheiro público. E precisamos de velocidade. O brasileiro tem pressa”
O recado final: agir agora!
Entre 2013 e 2024, 94% dos municípios brasileiros declararam situação de emergência ou calamidade por desastres naturais. Só em 2024, já foram 1.690 eventos - média de 4 por dia.
“Estamos em uma crise climática que só vai piorar. O seguro é um dos principais instrumentos para enfrentá-la”, disse Ana Toni
“Precisamos proteger não só vidas, mas o futuro econômico do país”, completou Edson Franco
Fonte: CNseg, em 27.05.2025