CNseg - Notícias do Seguro, em 27.05.2025

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Conseguro 2025: setor de seguros aposta em tecnologia para ampliar mercado e melhorar serviços ao cliente

cnseg 27052025

Por Gilmara Santos

“O investimento em tecnologia é parte fundamental da estratégia de todas as empresas, e aquelas que não aplicarem recursos nessa área correm o risco de ficar para trás”, destacou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg

Personalização e democratização dos seguros

Ana Paula Schmeiske, presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg, explica:

“A personalização e a precificação mais inteligentes são possíveis graças ao uso intensivo de dados e à digitalização, que também aumentam a eficiência e melhoram o atendimento”

As seguradoras estão utilizando ferramentas digitais para:

No entanto, Ana Paula alerta: a intensidade no uso da tecnologia ainda é desigual entre as empresas.

Desafios: ampliar acesso e modernizar sistemas

O setor enfrenta o desafio de expandir sua base de consumidores. Atualmente:

“20% da população compram 80% dos seguros. O desafio é chegar aos 80% que ainda não têm acesso”, afirmou Nuno Vieira, sócio da EY.

Segundo ele, a tecnologia pode ser decisiva para:

Daniel Calero, da Tivit, reforça:

“Modernizar sistemas é essencial para que o setor possa tirar pleno proveito do potencial da inovação”

Proteção de dados: inovação com responsabilidade

Com o uso intensivo de dados, cresce a preocupação com a privacidade e segurança.

Iagê Miola, da ANPD, destaca:

“O setor de seguros é altamente dependente de informações sensíveis. Adotar ferramentas robustas de proteção é essencial para garantir segurança e evitar fraudes”

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece diretrizes para:

O futuro do seguro: inovação como estratégia

O consenso é claro:
Investir em tecnologia e inovação é fundamental para:


Conseguro 2025: como o seguro pode proteger o Brasil das mudanças climáticas

Por Rodolfo Campos

“A crise climática vai piorar, junto com as perdas e as incertezas. Mas o setor de seguros tem o conhecimento desejado por todos nesse momento: o da gestão de riscos.” - Ana Toni, diretora executiva da COP30

Seguro é ferramenta estratégica na gestão do risco climático

Brasil já paga caro pelos eventos climáticos

O deputado Fernando Monteiro (Republicanos-PE) trouxe números impactantes:

“Nos últimos 10 anos, o Brasil perdeu R$ 782 bilhões com eventos climáticos - dinheiro que poderia ter sido poupado com um uso mais inteligente do seguro”

Em 2024, apenas as enchentes no Rio Grande do Sul causaram R$ 100 bilhões em prejuízos - mas só 6% estavam cobertos por seguros. Isso significa que 94% das perdas ficaram fora da proteção securitária.

“É um gap enorme que precisa ser combatido com urgência”, alertou Edson Franco, presidente da FenaPrevi

O conhecimento técnico já existe, mas falta cultura

Pedro Farme de D’Amoed, CEO da Guy Carpenter, destacou:

“O gap de proteção no Brasil é de 95%. Nos EUA, é de 40%. Nossa média anual de prejuízos não segurados chega a R$ 47,5 bilhões”

Segundo ele, isso ocorre por dois motivos:

“As enchentes no Sul elevaram nosso déficit fiscal de R$ 1 bi para R$ 40 bi. A inação custa caro”

Edward Lange, líder do Grupo Sancor Seguros, concordou e sugeriu a obrigatoriedade de seguros, citando como exemplo a lei italiana que obriga todas as empresas a contratar seguro contra catástrofes.

Seguro deve integrar políticas públicas

Cristina Reis, subsecretária do Ministério da Fazenda, defendeu a integração do seguro às políticas climáticas e citou avanços como:

“O seguro pode ser uma ponte entre o setor financeiro e a proteção social”

Ana Toni reforçou: o setor segurador está participando da elaboração dos 16 planos setoriais que o Brasil levará à COP30.

“Queremos transformar a COP em espaço de implementação, não só discursos. O seguro tem papel central”

Mutirão nacional contra as mudanças climáticas

O consenso do painel: o enfrentamento da crise climática exige cooperação ampla.

“É hora de um mutirão. A solução deve vir de todos”, defendeu Ana Toni

Fernando Monteiro destacou sua proposta de criar um Seguro Social contra Catástrofes, com custo entre R$ 2 e R$ 5, cobrado na conta telefônica e indenizações emergenciais entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.

“Seguro é zelo com o dinheiro público. E precisamos de velocidade. O brasileiro tem pressa”

O recado final: agir agora!

Entre 2013 e 2024, 94% dos municípios brasileiros declararam situação de emergência ou calamidade por desastres naturais. Só em 2024, já foram 1.690 eventos - média de 4 por dia.

“Estamos em uma crise climática que só vai piorar. O seguro é um dos principais instrumentos para enfrentá-la”, disse Ana Toni

“Precisamos proteger não só vidas, mas o futuro econômico do país”, completou Edson Franco

Fonte: CNseg, em 27.05.2025