Buscar:

Boletim Científico analisa serviço internação domiciliar em Florianópolis

Imprimir PDF
Voltar

Com o avanço da medicina ao longo das últimas décadas, houve um ganho expressivo em expectativa de vida e, mais importante, expectativa de vida com qualidade. Ao mesmo tempo, logicamente, aumentaram as ocorrências de doenças crônicas e multimorbidade, já que, com a idade, tendem a aumentar os problemas de locomoção e cognição, bem como a necessidade de hospitalização por longos períodos. Especialmente nos chamados idosos longevos, aqueles com mais de 80 anos.

Com essa mudança de cenário, passaram a ganhar espaço algumas questões éticas como “quando é melhor tratar o paciente com cuidados paliativos?” ou, ainda, “quando um paciente deveria permanecer internado em domicílio ou em hospital?”. Questões que, em última análise, estão intimamente ligadas à dignidade humana e a capacidade de aproveitar a vida com qualidade junto aos parentes e amigos.

Já tratamos, aqui no blog, da questão dos cuidados paliativos: o Dr. Daniel Neves Forte, presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, deu uma aula sobre o tema no seminário “Decisões na Saúde - Cuidados Paliativos e Nat-Jus: Iniciativas da Medicina e do Direito que geram segurança ao paciente e sustentabilidade ao sistema”. Vale rever.

Assim como já abordamos a questão da desospitalização e suas vantagens quando bem executada durante nosso seminário no Healthcare Innovation Show (HIS) 2017, também já comentado aqui.

Agora, contudo, o estudo “Condições de saúde e necessidades de cuidado de idosos assistidos no domicílio em programa do sistema de saúde suplementar”, publicado na última edição do Boletim Científico, demonstra que para ser efetivo, o modelo de internação domiciliar, em que o paciente é tratado no próprio lar e acompanhado de profissionais de saúde, precisa ser muito bem estruturado para ser eficaz.

O estudo analisou 92 pacientes internados no próprio domicílio em Florianópolis, Santa Catarina, sendo 67,5% deles idosos longevos, e detectou que metade da amostra encontrava-se acamada, dependendo do auxílio de outras pessoas para realizar atividades básicas a sua sobrevivência. Além disso, 32% dos idosos tinham dependência total para essas atividades e 54% apresentavam perda de cognição severa.

Resultados que indicam que a rede de suporte e apoio a esta prática precisa ser fortalecida para que esse método de desospitalização possa cumprir seu propósito de entregar dignidade para esses pacientes.

Você também tem uma pesquisa acadêmica? Não deixe de inscrever seu trabalho de pós-graduação no IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. Caso seu trabalho não seja de pós, você pode inscrevê-lo no espaço para pôsteres. Veja o regulamento e inscreva-se gratuitamente.

Fonte: IESS, em 19.08.2019