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A FUNCEF reescreveu o seu futuro

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Mensagem de despedida do presidente Carlos Vieira

Nos últimos dois anos, citei muitas vezes Ariano Suassuna para falar sobre o futuro da FUNCEF: “Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança”.

Como realista esperançoso que sou, não acredito em soluções fáceis para problemas complexos, como aqueles com que me deparei em 2016 − deficit acumulado de R$ 20,5 bilhões, seis anos de rentabilidade média inferior à meta atuarial, planos de equacionamento e dezenas de investimentos sob investigação.

Mantenho, isso sim, uma convicção inabalável de firmar a visão constantemente voltada para a frente sem ignorar o passado ou o presente. Por isso, todas as decisões que tomamos na presidência da Fundação respeitaram três premissas inegociáveis: 1) transparência dos atos, encaminhamentos e decisões; 2) equilíbrio econômico-financeiro e atuarial da Fundação; e 3) austeridade com foco na eficiência da gestão e em indicadores de desempenho.

Graças aos canais digitais, à evolução do modelo de ouvidoria e a criação do Portal da Transparência, os participantes da FUNCEF têm hoje acesso facilitado à informação. As apresentações de nossos resultados, para citar um exemplo, antes acompanhados por 300 pessoas em Brasília, agora alcançam uma média de 15 mil participantes de todo o país pelas redes sociais.

Mantida a coerência de comunicar ao participante o que realmente afeta a sua vida, posso afirmar que, em 2018, a Fundação vai entregar um resultado superavitário em todos os planos pela primeira vez desde 2010. Esse reequilíbrio em curso afasta definitivamente o fantasma de novos equacionamentos.

O contencioso judicial − outro assunto frequentemente citado – foi atacado durante a minha gestão. A revisão da metodologia utilizada para calcular o provisionamento necessário e a abertura de canais de comunicação com a patrocinadora sobre o assunto foram algumas das medidas tomadas.

Implantamos a apuração interna e, de maneira inovadora, selecionamos profissionais aposentados da CAIXA com experiência comprovada para integrar as comissões técnicas que avaliam 42 investimentos. Este trabalho em andamento já resultou em 27 relatórios encaminhados ao Ministério Público Federal.

Falando em qualificação, o corpo técnico da FUNCEF voltou a ter voz a cada tomada de decisão para garantir a prioridade dos interesses de participantes e patrocinadora. A equipe jurídica internalizou processos considerados estratégicos e está empenhada em reaver recursos a que a Fundação tenha direito.

Na área de investimentos, 90 normativos internos foram publicados ou atualizados para ampliar a segurança do processo decisório. E a carteira da FUNCEF está posicionada para aproveitar oportunidades que certamente virão com a retomada do crescimento econômico do país. O foco é o retorno seguro no longo prazo, objetivo de todo fundo de pensão, sem recorrer a teses de investimento duvidosas.

E a corajosa decisão de redução da taxa de juros atuarial a níveis compatíveis com a nova realidade econômica brasileira permitirá que os planos e a própria Fundação sigam sustentáveis nas próximas décadas.

Claro que o sucesso da FUNCEF não se limita ao resultado dos investimentos. Na outra ponta, buscamos controlar gastos e gerir eficientemente do orçamento. Trabalhamos com afinco para confirmar, no ano que se inicia, uma redução de custos, prática recorrente dos últimos anos. Também incorporamos ganhos com a adoção de novas tecnologias e processos mais econômicos.

Um dos grandes desafios em se administrar um fundo de pensão reside no fato de é preciso sempre ponderar entre o momento presente e o longíssimo prazo. Em outras palavras, qualquer decisão precisa equilibrar o interesse da atual e das futuras gerações de empregados CAIXA e FUNCEF.

Sei bem o que é isso. Nos últimos dois anos, vivi a rara experiência de ser presidente e participante da Fundação. Encerro aqui meu ciclo no comando da FUNCEF, satisfeito por ter não apenas apresentado soluções já citadas como uma agenda de discussões fundamentais para 2019.

Como participante, seguirei acompanhando os rumos da Fundação que, não tenho dúvida, está no processo de transformar-se em uma empresa moderna e duradoura.

Orgulho-me por ter feito parte desta história. Mais do que planilhas de números ou gráficos, espero que minha gestão seja lembrada por seu realismo esperançoso – a opção pelo diálogo franco com todos, pautado no respeito e em expectativas positivas.

Deixo meu muito obrigado a todos os empregados da FUNCEF que juntaram seus esforços aos meus neste período, especialmente à gerência média, cujo comprometimento foi essencial para que a Fundação voltasse aos trilhos.

Igualmente agradeço à Diretoria Executiva pelo que construímos, ao Conselho Deliberativo por apoiar as nossas decisões e aos inúmeros participantes que colaboraram com sugestões. Juntos, comprovamos que todo dia é dia de reescrever o futuro.

Muito obrigado,

Carlos Vieira, presidente da FUNCEF entre setembro de 2016 e fevereiro de 2019

Fonte: FUNCEF, em 19.02.2019.