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A Evolução do Profissional de Auditoria Interna Diante do Cenário Regulatório Brasileiro

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12º Seminário de Controles Internos e Compliance contará com painel sobre o tema

A CNseg realiza nesta quinta-feira, 20 de setembro, em São Paulo, o 12º Seminário de Controles Internos e Compliance, cujo tema central é “Governança e Controles Internos em Seguros: Onde estamos e para onde vamos”, para debater temas que tem relação direta com a sustentabilidade dos negócios.

Organizado pela Comissão de Controles Internos da CNseg, o evento vem acompanhando as discussões sobre o tema desde sua primeira edição, em 2007, ocorrida após a publicação da Circular Susep 249/2004, que exigiu que as companhias que atuam no mercado de seguros implantassem seus sistemas de controles internos, e ainda que a auditoria interna fizesse parte deste sistema.

Confira a programação completa

De acordo com Eugenio Felipe, integrante da Comissão de Controles Internos da CNseg desde sua criação, um adequado sistema de controles internos agrega valor para as empresas, pois produz resultados positivos e diminui ineficiências e prejuízos, assegurando a conformidade e gerando maior confiança nos investidores, nos clientes e público em geral.

Em entrevista para o Portal da CNseg, Eugenio Felipe faz um balanço desse período. Confira:

Quais foram os principais marcos legais no processo de evolução da área de Controles Internos e Compliance no mercado segurador?

Foram vários. Além da Circular Susep 249/2004, tivemos a Circular Susep 344/2007, sobre prevenção a fraudes, e as normas de prevenção e combate a lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, que evoluíram até chegarmos à Circular Susep 445/2012, atualmente em vigência.

Outro marco importantíssimo foi a publicação da Circular Susep 521/2015, que determina que as empresas do mercado segurador implantem estruturas de gestão de riscos compatíveis com a natureza, escala e complexidade de suas operações. Esse normativo foi o combustível que faltava para que o grupo de trabalho constituído dentro da Comissão de Controles Internos para debater temas relacionados à gestão de riscos se transformasse no embrião da Comissão de Gestão de Riscos, proporcionando, assim, uma ampliação das discussões e o envolvimento de mais profissionais nos debates sobre o tema.

O que ainda pode ser feito para fortalecer ainda mais a cultura de controles internos e compliance no setor?

Desenvolver conscientemente a cultura de Controles Internos de uma empresa não é fácil. Tem a ver com a consistência como geramos e atendemos às expectativas criadas, com os exemplos que criamos, com as decisões que tomamos, com as histórias que contamos e, principalmente, com as pessoas que contratamos e as que demitimos.

Ao longo desses 13 anos, a Comissão de Controles Internos sempre buscou um papel de protagonista nas questões envolvendo o sistema de controles internos e o fortalecimento dessa cultura. Tudo que fazemos, falamos e escolhemos comunica a forma como vemos o mundo, como nos posicionamos dentro dele, com que tipo de pessoas queremos nos relacionar e como esperamos que as pessoas respondam a isto. Pouco a pouco, as pessoas passam a compreender, espelhar e multiplicar o que valorizamos até que a cultura se forma naturalmente.

As questões técnicas que envolvem as disciplinas do controle interno já estão claramente definidas, absorvidas e compreendidas em sua importância. A relação com o órgão regulador nessas questões é ótima e podemos ver a nossa participação nos debates referentes aos normativos referentes à gestão de riscos e aos novos normativos que virão referentes aos controles interno, compliance e auditoria interna.

As transformações ocorridas no perfil da sociedade brasileira, juntamente com as experiências recentes envolvendo a gestão pública e privada, fizeram por exigir mudanças que têm evidenciado a necessidade de redimensionamento do Estado e do fortalecimento e comprometimento dos órgãos de governança das empresas, enfatizando os ideais de democracia e cidadania, ressaltando a participação e o controle sobre a administração.

Neste modelo transversal de gestão, a expansão das atividades de controle interno deve ser cada vez mais fortalecida com a ampliação das suas atribuições e a proteção aos profissionais que a executam para a garantia da efetividade da ação governamental e, sobretudo, assegurando a qualidade do serviço prestado e o atendimento às necessidades de todos os interessados, promovendo um adequado sistema de controles internos como instrumento de governança, com o exame da relação existente entre os temas gerenciamento de risco, controles internos e governança corporativa.

A evolução natural desse processo passará, sem dúvida, pela instituição de relacionamento mais constante e próximo com os órgãos reguladores, sem que se configure meramente o caráter de fiscalização nesses contatos. Em vez disso, o que se espera é que todas as entidades envolvidas no mercado segurador brasileiro, independentemente de suas atribuições específicas, compreendam que suas ações devem estar direcionadas para o objetivo comum que é, em síntese, proporcionar adequada proteção ao consumidor de seguro e seus beneficiários diante da necessidade de segurança por conta das incertezas e riscos que corremos em nosso cotidiano, trazendo também importante colaboração para o desenvolvimento do país.

Qual a sua expectativa para esse 12º Seminário, que tem como tema “Governança e Controles Internos em Seguros: Onde estamos e para onde vamos”?

O evento contará com a participação de diversos especialistas que proporcionarão aos participantes um fórum técnico para discussão de temas relacionados a controles internos, riscos e importantes no cenário regulatório brasileiro, como a prevenção contra a lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, gestão de riscos integrada aos controles internos e governança corporativa além de uma oportuna reflexão sobre a ética do brasileiro e suas origens.

Cada Seminário realizado pela CNseg ao longo desses anos trouxe para os profissionais que atuam nas áreas de controles internos, no mercado segurador e fora dele, oportunidades incríveis de aprendizado e troca de experiências, além contribuir decisivamente para fortalecimento de todas as disciplinas que compõem o sistema de controles internos e para a sua evolução no mercado segurador brasileiro.

Para esse 12º Seminário de Controles Internos e Compliance, Auditoria e Gestão de Riscos esperamos poder apresentar e trocar experiências e resultados, estimular o diálogo entre as gerações e valorizar os conhecimentos e práticas, que podem significar a adoção, ou não, de novas tecnologias, conhecimentos e atitudes, tornando primária a reflexão sobre onde estamos e para onde vamos.

Fonte: CNseg, em 19.09.2018.